sábado, 19 de novembro de 2011

Origens do Sol Feminino

Em tempos arcáicos, as pessoas viam o sol em seu brilho e glória, aquele que dá calor e luz e vida, como a força da mulher. Um aspecto de paixão da grande mãe, a versátil faz-tudo que move-se para frente e apoia toda a vida. Ela é a deusa dos céus iluminados, Amaterasu Omikami, no Japão, e a rainha do céu e da terra, Arinna, na Mesopotâmia. Ela era Yhi, mulher sol, para os Arunta da Austrália. Irmã sol era conhecoida em Anatolia, Sibéria, e na América antiga.

O norte da Europa ainda tribal também a conhecia. Os alemãos a chamavam de Sunna, assim como os noroeguêses. Na Escandinávia, ela era Glory-of-Elves (Glória dos Elfos) ou Sol. Os Eddas dizem que no fim do mundo, ela dará a luz a uma filha que será o novo sol, a próxima criação. O mundo de luz ainda por vir. Ela também era Sol para os Celtas, assim como Sul ou Sulis. Suas celebrações aconteciam em campos abertos ou no topo de morros, acima dos riachos. Um lugar muito usado em cerimônias era Sulbury Hill (Morro de Sulbury), e as fontes de banho, uma vez chamadas Aquae Sulis, eram o lugar para altares romanos para Sul Minerva.

A grande mãe na Índia antiga era Aditi, a mãe dos doze espíritos do zodíaco, os Adityas que "revelariam sua luz no dia final". O Mahanirvanatantra descreve o sol como roupas douradas de luz que cobrem a grande deusa. "Sol, o mais glorioso símbolo no mundo físico, é a vestimenta d'Ela que 'veste-se com o sol'."

Monges budistas tântricos saudavam a deusa do sol, Marici, ao amanhecer, cantando a ela. Marici, ou Mari, foi uma precursora da Maria cristã. O Novo Testamento, no livro de Revelações, se refere a ela como a "mulher vestida com o sol".

Alguns místicos do Cristianismo em seus primeiros dias olhavam para o sol, o manto brilhante que cobre os ombros de Nossa Senhora, até que "ficavam cegados pela luz". A teoria sendo que uma vez que contemplavam o brilho magnífico, não havia mais nada dígno de ser visto. O sucesso dessa prática parecia ser um caminho certo para a santidade. Um paralelo estranho é Santa Lúcia, que removeu os próprios olhos para desencorajar avanços sexuais e parceiros não desejados. No escuro, com quem ela realmente amava, ela foi dada a visão da luz de sua fé.

A deusa não foi sempre o próprio sol, mas muitas vezes a força por trás dele. De acordo com a mitologia grega, Leto botou um ovo que produziu dois filhos, o sol e a lua, Apollo e Artemis. A deusa egípcia Hathor chocou o "ovo dourado do sol" no amanhecer da criação. O deus do sol, Osiris-Ra, morreu a cada noite para voltar ao útero da grande mãe, do "portão" da qual ele nascia a cada manhã. O mesmo é dito do deus do sol dos Maori, que deve descer à caverna uterina das Águas da Vida para ser regenerado a cada dia.

Com o advento da patriarquia, o sol sofreu uma troca de sexo. Profunda, essa mudança de sexo foi uma demonstração da evolução do lado esquerdo do cérebro, a descida da razão sobre a paixão. A divindade feminina foi destronada e descartada. Seu domínio caiu, seua autoridade foi removida, sua adoração poluída. O sol, com o poder de seu brilho, sua presença forte e grande potencial, veio a se tornar um princípio masculino, o poder do pensamento racional. A lua, reflectiva, mais súbita e parecendo errádica, veio a ser associada com o feminino na maior parte das culturas. Mesmo que as características do sol sejam aparentemente masculinas, retém sua designação feminina nas línguas do norte da Europa, nos países árabes, e no Japão.

Na mitologia mesopotâmica, a deusa do sol, Estan, tornou-se Istanu, o deus do sol. Na arábia pré-islâmica, a deusa do sol era conhecida como a Tocha dos Deuses, Atthar ou Al-llat. Ela era honrada todos os dias nos altares ao topo das casas. Seu nome foi subsequentemente masculinizado, e virou Allah. Seu outro nome, Shams, e seus atributos, evoluíram para o deus do sol Shams-On. O deus do sol babilônio era Shamash, claramente relativo. O nome hebreu para o sol, assim como a apelação do personagem bíblico Sansão, também vieram de seu nome.

Esse verão vamos todos refletir e radiar a energia quente e nutritiva do Sol em toda sua glória.

Fonte: huffingtonpost.com/donna-henes/sun-goddess_b_884568.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário